Cetoacidose diabética em animais: precisa de internação?

Como se não bastasse todas as complicações já impostas pela difícil convivência e adaptação com a doença, a diabetes ainda pode ocasionar uma série de outros problemas no organismo, como é o caso da cetoacidose diabética. No artigo de hoje, aproveite para entender mais sobre essa complicação e se ela necessita que o pet seja internado!

Diabetes Mellitus

A diabetes mellitus é uma doença endocrinológica que se caracteriza pela produção insuficiente do hormônio insulina, responsável por controlar a quantidade de glicose no sangue. Sua origem pode ser crônica ou decorrente de hábitos não saudáveis.

Quando a glicose ingerida não é bem metabolizada pelo organismo, tem-se então oscilações nas quantidades de açúcar no sangue, o que pode provocar quadros de hiper ou hipoglicemia, comprometendo o funcionamento do pâncreas e por consequência, levando a outras complicações de saúde, principalmente se o tratamento não for seguido.

Uma dessas complicações é justamente a cetoacidose diabética (CAD), quadro grave caracterizado pela alta concentração de corpos cetonicos no sangue. 

Diabetes e a cetoacidose diabética

Por conta da deficiência de insulina, o organismo do animal é estimulado a buscar outras fontes de energia, como por meio dos ácidos graxos, que nada mais são do que gordura. 

Em condições normais, os ácidos graxos funcionam como substrato energético, porém, em pets diabéticos, sua produção acaba sendo exagerada para compensar a falta de glicose, e se isso ocorrer, quem fica sobrecarregado é o fígado, que por sua vez, passa a acumular os corpos cetônicos. 

Os corpos cetônicos são ácidos, e com isso, seu acúmulo provoca diminuição do pH sanguíneo, fazendo com o sangue também torne-se mais ácido, quadro conhecido como acidose metabólica.

Trata-se de uma emergência veterinária, pois com níveis muito elevados de corpos cetônicos no sangue, em pouco tempo o animal pode vir a óbito. 

Prevalência da cetoacidose diabética em animais

A cetoacidose diabética ocorre com mais frequência em animais que têm a diabetes não diagnosticada ou que receberam o diagnóstico tardiamente. 

Por conta das alterações endocrinológicas provocadas pela doença, animais que já estão em tratamento e recebem a dose diária de insulina também podem sofrer com a cetoacidose, dessa forma é essencial que a dosagem seja feita na quantidade e horário corretos, seguindo à risca as recomendações do médico veterinário, já que a falta da dosagem ideal ou desrespeitar os horários estabelecidos também pode prejudicar o tratamento e levar ao quadro.

O animal também deve ser pesado semanalmente, para que a dosagem esteja sempre ajustada. 

A cetoacidose trata-se de um quadro imprevisível e que necessita de intervenção o quanto antes. Acomete principalmente animais entre os cinco e os doze anos de idade, e é prevalente de forma considerável entre fêmeas. 

Doenças concomitantes também podem descompensar a diabetes, levando a cetoacidose, como insuficiência renal ou infecções instaladas pelo corpo. 

Sintomas da cetoacidose diabética

Os sinais clínicos da cetoacidose diabética variam de acordo com a gravidade da doença. Confira a seguir, alguns sinais, que podem surgir isoladamente ou em conjunto:

  • Apatia;
  • Vômitos;
  • Poliúria (eliminação de urina em excesso);
  • Polidipsia (sede excessiva);
  • Polifagia (fome excessiva);
  • Diarreia;
  • Desidratação;
  • Hiperventilação.

Diagnóstico da cetoacidose diabética

O diagnóstico da cetoacidose diabética baseia-se nos sinais clínicos e na concentração sorológica de glicose no sangue e na presença de corpos cetônicos, tanto no sangue quanto na urina do paciente. Também observa-se concentrações sorológicas reduzidas de bicarbonato no sangue. 

Tratamento da cetoacidose diabética: necessita de internação?

A cetoacidose diabética sendo leve ou avançada, requer tratamento por meio da insulinoterapia intravenosa, de ação rápida, para equilibrar os níveis de glicose no sangue até que o animal volte a se alimentar corretamente, e os sinais clínicos, como vômito, diarreia ou desidratação deixem de ocorrer. Assim, a internação é uma via imprescindível para assegurar a vida do paciente. 

Pode levar alguns dias até que o organismo se normalize, porém, nestes casos não é necessário um tratamento tão intensivo, desde que o paciente mantenha-se estável.

No entanto, na maioria das vezes, a cetoacidose diabética já encontra-se avançada. Neste caso, o tratamento é mais intenso e emergencial. 

O tratamento contra a cetoacidose diabética inclui, por exemplo:

  • Restauração do volume intravascular;
  • Correção da desidratação;
  • Tratamento de possíveis distúrbios eletrolíticos e ácido-base;
  • Manutenção do equilíbrio normal dos fluídos;
  • Controle da glicose presente no sangue;
  • Zerar os corpos cetonicos do organismo do animal. 

Para restaurar o organismo do paciente, além da manutenção de insulina, também é preciso repor líquidos e nutrientes. Sendo assim, a fluidoterapia veterinária é feita com ajuste das doses, de acordo com a necessidade do quadro, visando evitar problemas que piorem ainda mais a condição clínica do animal, como anemias. 

Seja qual for o nível da cetoacidose, o acompanhamento e a vigilância constantes da equipe médica veterinária são vitais, de modo que a internação jamais deve ser descartada.

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