Realização de hemogasometria na internação: quando é necessária?

Durante a internação do animal, alguns exames são imprescindíveis. Hoje falaremos um pouco sobre a hemogasometria na internação, como ela é feita, o que ela avalia e como ela auxilia o médico veterinário. Confira!

Hemogasometria: o que é e como é realizada?

A hemogasometria é um exame de sangue feito a partir da coleta de sangue arterial, para avaliação da concentração e distribuição dos gases presentes. Este exame traça uma correlação entre os níveis de ácido e base no sangue, que devem estar em equilíbrio para manutenção das atividades enzimáticas do paciente. 

Na hemogasometria, o médico veterinário deverá estar atento aos níveis de:

  • SatO2 (Saturação de oxigênio);
  • pCO2 (Pressão parcial do gás carbônico);
  • HCO3 (Bicarbonato de sódio);
  • pH;
  • Ânion Gap (AG);
  • pO2 (quantidade de moléculas de oxigênio dissolvidas no sangue).

Outros fatores, como a concentração do sódio, cálcio iônico, potássio e cloreto também são essenciais de se avaliar. 

Caso o animal apresente qualquer desequilíbrio nas taxas deste exame, tem-se então um quadro de distúrbio hidroeletrolítico, comuns quando o paciente perde grande quantidade de líquidos corporais e eletrólitos, por suor excessivo, poliúria, vômitos ou diarreia. 

Caso o animal esteja com algum distúrbio ácido-básico, devido a desequilíbrios no pH sanguíneo, ele também pode ser facilmente identificado por meio da hemogasometria.

 A hemogasometria também pode ser coletada a partir da punção de sangue venoso, porém, neste caso, a análise de gases é descartada e apenas os eletrólitos são avaliados. Esse tipo de hemogasometria é feito quando a parte respiratória do paciente não sofre alteração. 

Hemogasometria e o diagnóstico de doenças

Os mais variados quadros podem provocar alterações significativas na hemogasometria, como:

  • Desordens de origem respiratória, como pneumonia;
  • Desordens metabólicas, como doenças renais, endocrinológicas ou hepáticas.
  • Desordens de caráter misto, quando o paciente apresenta tanto complicações respiratórias quanto metabólicas ao mesmo tempo.

Acidose ou alcalose: quando o organismo encontra-se em desequilíbrio

Com a gravidade dos quadros citados anteriormente, os níveis de pH no sangue entram em desequilíbrio, e se isso acontece, os riscos para a vida do animal internado são grandes.

O sistema tampão de bicarbonato, presente nos organismos vivos, e composto por HCO3 e CO2, é tido como o principal regulador de pH no sangue, e evita variações bruscas. 

Porém, se o paciente sofre com algum problema de hipoventilação ou hiperventilação, por exemplo, o organismo tentará compensar a função deteriorada, sendo que a parte metabólica tentará recompor a respiratória e vice-versa.

Se a transferência de CO2 para o exterior é reduzida, a sua concentração aumenta na corrente sanguínea, diminuindo o pH e tornando a corrente sanguínea muito ácida. Se o pH do sangue arterial atingir valores menores do que 7,3, tem-se um quadro de acidose. 

Já se ocorre uma diminuição do dióxido de carbono no sangue e um aumento no pH, com este ficando acima de 7,4, tem-se o quadro de alcalose. Pode ser desencadeada por falhas hepáticas, quadros renais e diabetes mellitus, por exemplo. 

Dessa forma, se o paciente sofre qualquer desequilíbrio na relação ácido-base, isso interfere nas suas funções metabólicas e/ou respiratórias, e caso isso aconteça, a equipe médica veterinária deverá intervir rápido, promovendo a suplementação do oxigênio, a reposição de bicarbonato e ventilação adequada, tudo para evitar que animal venha a óbito.

O que é analisado no exame de hemogasometria

As etapas envolvendo o exame de hemogasometria no processo de internação costumam ser:

1. Determinar se há acidose ou alcalose

A partir da avaliação do pH.

2. Identificar a origem do distúrbio 

Após analisar se o pH encontra-se ácido ou alcalino, o veterinário irá analisar as taxas de HCO3 (Bicarbonato de sódio) e PaCO2 (Pressão parcial do gás carbônico), para compreender se o distúrbio que provocou o desequilíbrio ácido-base é de origem respiratória ou metabólica. 

3. Determinar se há compensação

Os quadros de acidose ou alcalose levam a possíveis compensações, com o organismo tentando equilibrar os níveis de pH. A depender da origem do problema, se respiratória ou metabólica, a resposta compensatória será diferente. Confira:

Acidose respiratória 

Quando há um prejuízo na eliminação respiratória de CO2. Há o quadro de hipoventilação e assim, um excesso na retenção de gás carbônico. 

Acidose metabólica 

Diminuição no nível plasmático de HCO3, com hiperventilação compensatória e diminuição da PaCO2.

O médico veterinário irá calcular o ânion – Gap que é a diferença entre os cátions (sódio) e os ânions (bicarbonato de Cloro) presentes no plasma sanguíneo.

Alcalose respiratória 

Aumento na eliminação respiratória de CO2, causando um quadro de hiperventilação.

Alcalose metabólica 

Aumento no nível plasmático de HCO3 e do pH. A resposta compensatória será uma hipoventilação, para reter CO2. 

Em resumo, a realização da hemogasometria é de extrema importância durante a internação do animal, principalmente no que diz respeito ao monitoramento dos níveis de pH no sangue e controle de distúrbios ácido-base. Vale ressaltar que a hemogasometria também é fundamental para definir se o animal necessitará de ventilação mecânica ou não.

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