Os animais não podem deixar de se alimentar em hipótese alguma, principalmente durante o processo de recuperação de alguma doença, sob o risco de desnutrição e outras complicações que possam piorar o quadro. Saiba como é feita a passagem da sonda esofágica em animais e suas vantagens para o paciente.
O que é a sonda esofágica e para que serve?
É dever da equipe médica veterinária prevenir quadros de má-nutrição durante a internação do animal e tendo em vista as complicações potencialmente fatais envolvendo a falta de alimentação e fraqueza do paciente, podendo atrapalhar inclusive as intervenções cirúrgicas necessárias, com frequência costuma-se recorrer à sonda alimentar para impedir alterações metabólicas significativas.
Uma das mais utilizadas com essa finalidade é a sonda esofágica ou tubo esofágico.
Em quais situações é colocada a sonda esofágica?
Em casos emergenciais, quando o animal apresenta complicações ou comprometimentos orais que impeçam que ele se alimente adequadamente.
A administração de suporte nutricional enteral também deve ser feita a todos os animais internados estáveis, salvo se houver alguma contraindicação à nutrição imediata, como a realização de cirurgia no trato gastrointestinal.
O procedimento ao qual o animal foi submetido também é determinante para saber a melhor forma de nutrição assistida. Deve-se considerar se o paciente apresenta hiporexia ou anorexia, por exemplo.
Hiporexia
Quando a ingestão alimentar do animal diminui, tornando-se insuficiente.
Anorexia
Quadro ainda mais grave, pois neste caso, o animal não ingere nada, o que pode colocar sua vida em risco.
Como é feito o processo de passagem da sonda esofágica?
1. No centro cirúrgico, o animal é colocado em decúbito lateral direito, já que a passagem da sonda sempre será feita do lado esquerdo.
2. A sonda é medida da parte medial do pescoço até a altura do sétimo ou oitavo espaço intercostal, para determinar quanto dela será introduzida no paciente. O procedimento é feito pelo médico cirurgião junto ao anestesista.
3. A parte cervical é então esterilizada e uma pinça curva é introduzida na cavidade oral, inclinando-a ao atingir a parte medial do pescoço, no ponto exato onde será feita a incisão.
4. A incisão irá passar respectivamente pela pele, subcutâneo e musculatura até chegar ao esôfago.
5. A pinça introduzida externamente auxilia no processo de puxar a sonda para fora da cavidade oral.
6. A pinça é retirada e a sonda enfim é introduzida novamente em direção ao esôfago até que ela não seja mais vista na cavidade oral.
7. Após o procedimento, um exame de raio-x é feito para confirmar a posição da sonda e é feita a sutura.
8. Após o procedimento, um colar de algodão é colocado para proteger a sonda, impedindo que ela se mova, e não incomode tanto o animal. A partir daí, inicia-se a alimentação por meio de rações pastosas.
E a retirada da sonda esofágica, como é feita?
Uma das grandes vantagens da sonda esofágica é que não é preciso sedação ou cirurgia para a remoção.
O tubo é removido pela própria equipe médica com assepsia, e a incisão feita na hora da cirurgia cicatriza em até 72 horas, sendo necessário apenas fazer a higienização local ou manter o colar até a cicatrização completa.
Os benefícios da sonda esofágica para a recuperação animal
Procedimento simples
A colocação da sonda esofágica em cães e gatos é uma técnica simples, que costuma levar apenas alguns minutos para ser concluída.
Permite que o animal seja tratado a médio ou longo prazo
Outra facilidade da sonda esofágica é quanto ao tempo. Diferentemente da sonda nasogástrica, que possui indicação máxima de até 7 dias, o tubo esofágico pode ser mantido por semanas ou até meses, dependendo da necessidade do animal.
O ideal é que após 60 dias do uso da sonda esofágica, a viabilidade da sonda seja novamente avaliada, incluindo se será necessária a sua troca, caso não haja previsão de retirada.
Baixo risco de complicações
O risco de complicações envolvendo a sonda esofágica é baixo e geralmente estão relacionadas a infecções no local de colocação ou remoção do tubo pelo animal.
Dessa forma, fazer a higienização corretamente, utilizar o colar de proteção pelo período determinado e retornar periodicamente ao hospital para acompanhamento são medidas de extrema importância.
Permite uma administração melhor de alimentos
O diâmetro maior do tubo esofágico permite que o volume de alimento a ser administrado seja maior e sua consistência, mais firme.
Resultados rápidos
Aqui vale ressaltar que a sonda esofágica não é utilizada somente durante internações para nutrir o paciente, mas também para casos de emergência, em que o animal apresenta anorexia e já encontra-se debilitado, por exemplo.
Nestes casos, a indicação da sonda esofágica é fundamental até para salvar a vida do paciente, sendo um suporte nutricional de resultados rápidos.
Auxilia na administração de medicamentos
O tubo esofágico também pode ser utilizado para manejo de medicações no paciente, principalmente durante tratamentos mais longos e quando o tutor apresenta dificuldade para administrá-los por conta própria.
Como fica a alimentação do animal após a retirada da sonda?
Durante a sua recuperação, o animal recebe comida pastosa pela sonda esofágica e avalia-se o seu grau de interesse.
Conforme vai aumentando, o animal já não apresenta sintomas concomitantes como vômitos ou náuseas e nem as complicações orais que possam dificultar sua ingestão, a sonda esofágica é retirada ao se ter certeza de que o paciente encontra-se apto para se alimentar normalmente.
Por fim, vale lembrar que a necessidade do uso da sonda esofágica depende da avaliação das condições do paciente e da causa primária que levou a sua internação.
Tem alguma dúvida sobre a utilização da sonda esofágica em cães e gatos? Deixe seu comentário abaixo!
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